Flotilha quer tentar "quebrar cerco da entidade zionista"

“Se olharmos para a História, regimes opressivos como este pensam sempre que são imparáveis – até que caem“, afirmou Thiago Ávila, brasileiro que é um dos principais promotores da flotilha de cerca de 50 embarcações que vai tentar “quebrar o cerco a Gaza que a entidade zionista exerce há 18 anos”. Alguns barcos saem de Barcelona ao início da tarde deste domingo e, nos próximos dias, devem juntar-se-lhes outros que estão noutros portos.
Sentado ao lado de Greta Thunberg e outros participantes, Thiago Ávila sublinhou que “qualquer ataque, qualquer interceção que eles vierem a fazer, estarão a cometer um crime de guerra“. Outras tentativas de “quebrar o cerco” promovido pela “entidade zionista” [Israel] acabaram, no passado, com ataques por parte das forças militares israelitas, referiu.
É expectável que a flotilha chegue à costa próxima da Faixa de Gaza dentro de cerca de duas semanas, ou seja, em meados de setembro. E um dos três portugueses participantes é a deputada bloquista Mariana Mortágua, que também fez um pequeno discurso na conferência de imprensa que foi promovida nesta manhã de domingo, em Barcelona. “Quando nos unimos, camaradas, somos uma super-potência“, afirmou.

Mariana Mortágua afirmou aos microfones que “quando Israel mata pessoas palestinianas, está também a assassinar a lei internacional, os direitos humanos – estão a assassinar a segurança das pessoas de todo o mundo”. Ou seja, para Mariana Mortágua, “o povo palestiniano, com a sua resistência, com o seu sumud, está a salvar-nos, a Humanidade está a ser salva pelo povo palestiniano”.
Quando os nossos governos não fazem nada perante tal genocídio, nós unimo-nos e fazêmo-lo por eles. Quando nos unimos, camaradas, somos uma super-potência, somos mais poderosos do que qualquer governo, do que qualquer exército, do que qualquer regime. Somos uma super-potência de solidariedade.
A deputada bloquista terminou afirmando que “em português, dizemos ‘navegar é preciso’. Vamos lá navegar“.
A ativista sueca Greta Thunberg, uma das figuras mais mediáticas que vão seguir a bordo da flotilha, também participou na conferência e afirmou que “as pessoas estão a ver um genocídio em live stream” mas “continuam com as suas vidas como se nada fosse”. “As pessoas precisam de sair dos seus sofás e ir para a rua manifestar-se” contra um “genocídio deliberado”, defendeu.
Ainda assim, Greta Thunberg diz que há “cada vez mais pessoas que querem estar do lado certo da história”: “cada vez mais as pessoas estão a acordar para o genocídio e o assassínio em massa que Israel está a cometer” em Gaza, afirmou.

As principais críticas da ativista sueca, porém, foram dirigidas à generalidade dos responsáveis políticos internacionais. “Como é que o mundo pode estar em silêncio e como é que aqueles que estão no poder, aqueles que supostamente nos representam, estão todos os dias a trair as pessoas oprimidas, não estão a cumprir os mínimos no que toca a impedir um genocídio e fazer cumprir a lei internacional”, questionou Greta Thunberg.
Thiago Ávila, influencer brasileiro que é um dos principais promotores da iniciativa, acrescentou que todos os participantes receberam um treino “sobre como fazer isto sem violência”. “Todos queremos regressar vivos, com a nossa integridade física e com a nossa liberdade“, asseverou.
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